Do Livro " Cartas de Amor " - Monteiro Lobato
PUREZINHA
Taubaté, 15 Novembro 1906.
Estou com a cabeça vazia de idéias - Incapaz de dizer duas palavras, por isso escrevo-te a cabo curto as tantas linhas necessárias para te contar que não morri, se bem que andei morrendo em pé de saudades da que é minha vida, paz, sossego e ventura.
Agravando-se-me o mal, parto para aí, onde tu és especialista em curar a doença da saudade, matando-a. E se não o faço já, é que umas tantas cousas me retém neste momento.
Recebi a tua de 9 com cinco dias de atraso.
Adeus. Um abraço bem apertado.
DO TEU JUCA.
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DOR DE AMOR
Faustino Alves Filho
Eu preciso falar dessa dor
Não me diga que não posso
Eu preciso comer, beber, dormir
Eu preciso falar de amor
Eu preciso dizer o que sinto
Eu preciso falar dessa dor
Meu peito clama por palavras que minha boca nega
Eu preciso falar de amor
Não tente me calar nesse momento só meu
Não vê que não cessa, não tem cheiro, não tem cor?
Peito a dentro, crava a lasca do cavaco da alma
E acende essa chama que dói
Amor.
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