Vem Primavera.
O jogo dos sexos renova-se
Os amantes encontram seus pares.
Já a mão subtil e conquistadora do amado
Faz arrepiar o peito da rapariga.
Ela tenta-o com o olhar furtivo.
A uma nova luz
A paisagem revela-se aos amantes na Primavera.
A grande altura avistam-se os primeiros
Bandos de pássaros.
O ar já aqueceu.
Os dias são mais longos e os
Prados iluminam-se até tarde.
Desmedida é a exuberância de árvores e ervas
Na Primavera.
Perpetuamente fecundo
É o bosque, são os prados, os campos.
E a terra dá à luz o novo
Sem cuidado.
(Poema de Bertolt Brecht)
Seja Bem Vindo! Nesse espaço você irá encontrar meus lançamentos em literatura e arte visual. Aprecie e entre em contato para trocar idéias e encomendar livros ou telas. Contato: faustinoatelier@gmail.com - Cel. 51 8469-7955. Um grande abraço.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
CARTAS...COMO SÃO ESPECIAIS
No livro "Cartas de Amor" de Monteiro Lobato, que estou lendo "tartarugamente", localizei algumas bem interessante. Que fogem do padrão das outras, muito e exclusivamente românticas, dando lugar a um pouco de humor. Segue abaixo. (Mantendo sempre a forma escrita original)
Taubaté, 8.11.1906
Purezinha
Recebi a tua microscopica cartinha onde me dizes apressadamente umas tantas coisas bonitinhas. Deliciosa! Mas, deixa estar, sra. professora, que hei de pagar-te na mesma moeda. Lá vai:
Meu anjo.
Que tristeza a vida, não? Eu cá, tu lá...Mal o astro rei desperta já se voltam para ti meus pensamentos, e des' que anoitece vão-se eles transformando em sonhos onde sempre tu imperas, oh minha branca rainha! (Que mais, que mais dizer? Ah! Falemos da saudade) A saudade, anjo de minh'alma, habita em mim como um inquilino cronico e a todos os meus atos ensombrece, c'o seu vago palor arroxeado...Minh'alma é triste como a rola aflita...(Que mais, que mais) Oh virgem dos meus sonhos, sol do meu viver, astro que me guia na vida, estrela polar que me conduz aos paramos etereos da felicidade-amo-te! Amo-te como só se ama uma vez na vida. Ver-te e amar-te, estrela matutina, foi obra dum só instante. (Que mais, que mais). Faz um dia quente, o sol explende fulgurante e rubido, nuvens encarneiradas pascem em bandos pelo céu, a Viscondessa toca piano, o Canella briga com as mulheres...vê: tudo fala do meu amor, tudo canta o nosso amor, o dia, o sol, as nuvens, a Viscondessa, o Canella!...
(Agora o arrematezinho clássico) Adeus! Preciso terminar porque o correio fecha-se às 9 horas da noite e são 12 horas do dia, posso perde-lo, indo esta, nesse caso, ter às suas mãos só depois de amanhã, o que seria uma grande desgraça. Escreve-me sempre, sim?
Saudoso abraça-te o teu
Juca
Taubaté, 8.11.1906
Purezinha
Recebi a tua microscopica cartinha onde me dizes apressadamente umas tantas coisas bonitinhas. Deliciosa! Mas, deixa estar, sra. professora, que hei de pagar-te na mesma moeda. Lá vai:
Meu anjo.
Que tristeza a vida, não? Eu cá, tu lá...Mal o astro rei desperta já se voltam para ti meus pensamentos, e des' que anoitece vão-se eles transformando em sonhos onde sempre tu imperas, oh minha branca rainha! (Que mais, que mais dizer? Ah! Falemos da saudade) A saudade, anjo de minh'alma, habita em mim como um inquilino cronico e a todos os meus atos ensombrece, c'o seu vago palor arroxeado...Minh'alma é triste como a rola aflita...(Que mais, que mais) Oh virgem dos meus sonhos, sol do meu viver, astro que me guia na vida, estrela polar que me conduz aos paramos etereos da felicidade-amo-te! Amo-te como só se ama uma vez na vida. Ver-te e amar-te, estrela matutina, foi obra dum só instante. (Que mais, que mais). Faz um dia quente, o sol explende fulgurante e rubido, nuvens encarneiradas pascem em bandos pelo céu, a Viscondessa toca piano, o Canella briga com as mulheres...vê: tudo fala do meu amor, tudo canta o nosso amor, o dia, o sol, as nuvens, a Viscondessa, o Canella!...
(Agora o arrematezinho clássico) Adeus! Preciso terminar porque o correio fecha-se às 9 horas da noite e são 12 horas do dia, posso perde-lo, indo esta, nesse caso, ter às suas mãos só depois de amanhã, o que seria uma grande desgraça. Escreve-me sempre, sim?
Saudoso abraça-te o teu
Juca
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